Conforme prometido, aqui vão algumas dicas para participar da prova. Tá bom, eu só participei dela uma vez e nesse ano não fez frio, mas tive dificuldade para encontrar posts com dicas sobre a prova, então acredito que algumas dicas aqui poderão ser úteis.
Planejamento e treinamento
Eu decidi fazer a prova apenas no inicio de Maio, ou seja, a cerca de 45 dias da prova. Neste caso, ter kilometragem na bagagem é fundamental. Se você é corredor de rua, ter experiência em maratona é um bom critério. Se você já faz corridas de aventura, então não preciso dizer nada, afinal eu não tinha a MENOR experiência com isso, a não ser as trilhas e passeios que costumava fazer com mais frequencia na região de Botucatu que também é cheia de subidas e descidas.
Por conta disso, eu não tive muito tempo de fazer treinos longos pois já estava muito em cima da prova. Continuei me dedicando aos treinos específicos como os de tiro (um pouco mais longos) acrescidos de treinos em ladeira. Também testei o que pude: correr com a mochila de hidratação, tênis de trilha e gorro. Não testei correr com calça, pois só comprei uma dois dias antes da prova. Também não usei a luva.
Tive o acompanhamento de minha treinadora Clarita num treino de subida e descida em trilha uma semana antes da prova, onde o foco foi principalmente na técnica de descida. As dicas são: procure correr com passadas um pouco mais curtas e rápidas, pra poupar as articulações e os pés do impacto, pise proporcionando o contato de toda a sola do pé, procure poupar os dedos e as unhas dos pés. Ter uma boa propriocepção e consciência corporal é bom! Pra subida, contam a resistência muscular (musculação mesmo) e aeróbica e isso ou você já tem ou tem de ter tempo pra correr atrás...
Programe também com antecedência a hospedagem, passagem e compra de eventuais equipamentos. Esses itens serão abordados abaixo.
Hospedagem
O site da organização dá algumas indicações de hospedagem. O Hotel oficial (Urubici Park Hotel) costuma lotar rápido. Uma das pessoas me disse que pegou a última vaga em Janeiro. Em maio, obviamente já não havia mais vagas. A vantagem é ficar hospedado em frente à largada e ao local de entrega de kits e do congresso técnico. A cidade é pequena e as pousadas que ficam na cidade são relativamente próximas. Eu fiquei na pousada Arco-íris, localizada logo na entrada na avenida principal da cidade, a cerca de 1km da largada. Ela é simples, mas aconchegante e ao que parece a maioria das pousadas têm um ambiente mais familiar. A pousada Vó Natália (49 - 32784194) não está no site, mas pareceu bem estruturada pelo lado de fora.
Transporte
Eu optei por ir de ônibus até Florianópolis, pois viajaria durante a noite e não tenho problemas para dormir durante a viagem. Cheguei na sexta de manhã e paguei pelo transporte disponibilizado pela organização para o trecho Florianópolis-Urubici. Atenção: o trecho é de 170km, mas o micro-ônibus levou cerca de 4h30min da rodoviária até a cidade, incluindo 1h de parada para o almoço. Isso me deixou preocupada, pois no retorno de domingo, a saída estava prevista para as 9h30min e meu vôo era às 13h45min. Pra chegar até o aeroporto eu teria de acrescentar mais 30min, pois ela fica mais longe que a rodoviária. Ou seja, se o micro-ônibus atrasasse, se parássemos pra almoçar ou houvesse qualquer imprevisto já era. Da próxima vez, compro passagem para um vôo mais tarde. Conversei com o motorista Alcides e, neste ano, o micro saiu meia hora mais cedo pra pegar os corredores nas pousadas e passou pela nossa (na entrada da cidade) às 9h30min. Fizemos uma parada rápida para o xixi apenas e o percurso em descida fez ele ser vencido mais rapidamente na volta. Cheguei às 12h50min no aeroporto! Não imaginei que seria tão demorado. Mas adorei. Essas horas que passamos juntos com os outros corredores foram ótimas para fazer amizades e trocarmos experiências e informações pré e pós prova.
A outra opção é ir de carro próprio, alugar um em Floripa ou utilizar o ônibus de linha, mas seus horários são limitados. A organização disponibiliza o transporte para levar as duplas para o revezamento no topo do morro da Igreja e também para nos levar ao jantar e premiação de sábado à noite, que foi realizado num clube um pouco mais afastado.
Equipamentos
Eu já tinha uma mochila de hidratação (Camelback) velha, que eu usava para pedalar, só que ela não tem fecho no peitoral nem na barriga, o que fez com que ela chacoalhasse um pouco mais. Mesmo assim me adaptei bem e optei correr com ela mesmo, pois precisaria levar como itens obrigatórios uma manta térmica e a atadura de gaze, além de gel, barrinhas, minha máquina fotográfica e talvez as luvas, gorro e a camiseta de manga longa caso precisasse tirá-los ao longo da prova. Achei que uma pochete com suporte para garrafinha não ia ser prática, além de ser bem mais fácil beber água do Camelback.
Comprei um gorro pra correr na Loja Centauro, mas nem precisei e se fosse o caso, a organização também entregou no kit uma bandana super versátil que dava pra ser utilizada de várias formas. Como não fez frio não usei nenhum deles. Cheguei a levar a bandana pra largada, mas antes de sair, já coloquei na mochila.
Utilizei um tênis de trilha da Asics (Gel Trabuco 12) que eu já tinha e acho que é um item importante, não pela maior tração no terreno, mas principalmente porque ele é impermeável e passamos por diversos rios e partes semi-alagadas. Se eu estivesse com tênis de corrida, minha meia teia ficado molhada e daí para as bolhas são só alguns passos, rs.
Planejamento e treinamento
Eu decidi fazer a prova apenas no inicio de Maio, ou seja, a cerca de 45 dias da prova. Neste caso, ter kilometragem na bagagem é fundamental. Se você é corredor de rua, ter experiência em maratona é um bom critério. Se você já faz corridas de aventura, então não preciso dizer nada, afinal eu não tinha a MENOR experiência com isso, a não ser as trilhas e passeios que costumava fazer com mais frequencia na região de Botucatu que também é cheia de subidas e descidas.
Por conta disso, eu não tive muito tempo de fazer treinos longos pois já estava muito em cima da prova. Continuei me dedicando aos treinos específicos como os de tiro (um pouco mais longos) acrescidos de treinos em ladeira. Também testei o que pude: correr com a mochila de hidratação, tênis de trilha e gorro. Não testei correr com calça, pois só comprei uma dois dias antes da prova. Também não usei a luva.
Tive o acompanhamento de minha treinadora Clarita num treino de subida e descida em trilha uma semana antes da prova, onde o foco foi principalmente na técnica de descida. As dicas são: procure correr com passadas um pouco mais curtas e rápidas, pra poupar as articulações e os pés do impacto, pise proporcionando o contato de toda a sola do pé, procure poupar os dedos e as unhas dos pés. Ter uma boa propriocepção e consciência corporal é bom! Pra subida, contam a resistência muscular (musculação mesmo) e aeróbica e isso ou você já tem ou tem de ter tempo pra correr atrás...
Programe também com antecedência a hospedagem, passagem e compra de eventuais equipamentos. Esses itens serão abordados abaixo.
Hospedagem
O site da organização dá algumas indicações de hospedagem. O Hotel oficial (Urubici Park Hotel) costuma lotar rápido. Uma das pessoas me disse que pegou a última vaga em Janeiro. Em maio, obviamente já não havia mais vagas. A vantagem é ficar hospedado em frente à largada e ao local de entrega de kits e do congresso técnico. A cidade é pequena e as pousadas que ficam na cidade são relativamente próximas. Eu fiquei na pousada Arco-íris, localizada logo na entrada na avenida principal da cidade, a cerca de 1km da largada. Ela é simples, mas aconchegante e ao que parece a maioria das pousadas têm um ambiente mais familiar. A pousada Vó Natália (49 - 32784194) não está no site, mas pareceu bem estruturada pelo lado de fora.
Transporte
Eu optei por ir de ônibus até Florianópolis, pois viajaria durante a noite e não tenho problemas para dormir durante a viagem. Cheguei na sexta de manhã e paguei pelo transporte disponibilizado pela organização para o trecho Florianópolis-Urubici. Atenção: o trecho é de 170km, mas o micro-ônibus levou cerca de 4h30min da rodoviária até a cidade, incluindo 1h de parada para o almoço. Isso me deixou preocupada, pois no retorno de domingo, a saída estava prevista para as 9h30min e meu vôo era às 13h45min. Pra chegar até o aeroporto eu teria de acrescentar mais 30min, pois ela fica mais longe que a rodoviária. Ou seja, se o micro-ônibus atrasasse, se parássemos pra almoçar ou houvesse qualquer imprevisto já era. Da próxima vez, compro passagem para um vôo mais tarde. Conversei com o motorista Alcides e, neste ano, o micro saiu meia hora mais cedo pra pegar os corredores nas pousadas e passou pela nossa (na entrada da cidade) às 9h30min. Fizemos uma parada rápida para o xixi apenas e o percurso em descida fez ele ser vencido mais rapidamente na volta. Cheguei às 12h50min no aeroporto! Não imaginei que seria tão demorado. Mas adorei. Essas horas que passamos juntos com os outros corredores foram ótimas para fazer amizades e trocarmos experiências e informações pré e pós prova.
A outra opção é ir de carro próprio, alugar um em Floripa ou utilizar o ônibus de linha, mas seus horários são limitados. A organização disponibiliza o transporte para levar as duplas para o revezamento no topo do morro da Igreja e também para nos levar ao jantar e premiação de sábado à noite, que foi realizado num clube um pouco mais afastado.
Equipamentos
Eu já tinha uma mochila de hidratação (Camelback) velha, que eu usava para pedalar, só que ela não tem fecho no peitoral nem na barriga, o que fez com que ela chacoalhasse um pouco mais. Mesmo assim me adaptei bem e optei correr com ela mesmo, pois precisaria levar como itens obrigatórios uma manta térmica e a atadura de gaze, além de gel, barrinhas, minha máquina fotográfica e talvez as luvas, gorro e a camiseta de manga longa caso precisasse tirá-los ao longo da prova. Achei que uma pochete com suporte para garrafinha não ia ser prática, além de ser bem mais fácil beber água do Camelback.
Comprei um gorro pra correr na Loja Centauro, mas nem precisei e se fosse o caso, a organização também entregou no kit uma bandana super versátil que dava pra ser utilizada de várias formas. Como não fez frio não usei nenhum deles. Cheguei a levar a bandana pra largada, mas antes de sair, já coloquei na mochila.
Utilizei um tênis de trilha da Asics (Gel Trabuco 12) que eu já tinha e acho que é um item importante, não pela maior tração no terreno, mas principalmente porque ele é impermeável e passamos por diversos rios e partes semi-alagadas. Se eu estivesse com tênis de corrida, minha meia teia ficado molhada e daí para as bolhas são só alguns passos, rs.
Asics Gel Trabuco 12W- Eita nomezinho feio esse.
A prova A corrida se inicia no centro da cidade (cerca de 900m de altitude) e segue quase plano nos primeiros 10 km, com apenas uma subida mais forte, porém curta. No km 12 pegamos um trecho em trilha em que a ultrapassagem é difícil e correr também. É o trecho mais técnico da prova. A estratégia era largar bem (sem quebrar, é claro) pra não pegar trânsito nessa etapa. Não deu certo, aparentemente todo mundo faz isso, ou é todo mundo muito fera. Corri o que deu, fazendo uma média de 10km/h nos primeiros 10km, o que achei bom pra uma prova que teria ainda mais uma maratona (42km) pela frente. Depois da trilha pegamos um trecho de estrada de terra até alcançar o posto de abastecimento no km 17. A partir daí o trecho é em asfalto em loooongas subidas e curvas até o Morro da Igreja (1826m de altitude), onde fica o mirante para a Pedra furada e a estação do Sindacta.
Na subida tive que caminhar algumas vezes, assim como muita gente que eu cruzei pela frente. Mesmo os mais rápidos caminham, pois havia pequenos trechos de descida forte na parte final da ida e era possível ver os que os que já retornavam também caminhavam. A estratégia é saber caminhar rápido, o que não é o meu forte. Então procurei prestar atenção e voltar a trotar assim que o percurso permitia.
A volta se inicia um pouco depois da marca dos 26 Km e é quase toda em declive. O trecho de asfalto é o mesmo da subida, mas depois do posto do km17 (agora no 37) a gente continua mais uns 400m pelo asfalto e desce por uma outra trilha e terra à esquerda até o seu término no centro da cidade.
As paisagens e a vegetação típica nos acompanham por quase todo o percurso. Na descida passei por um trecho forrado de pinhões no chão. Enormes e brilhantes, bem mais bonitos que os que costumamos comprar por aqui.
O percurso tem oficialmente 52km, mas o meu GPS já começou a apontar pequenas diferenças no decorrer do percurso e lá pelo km 33 já apresentou uma diferença de quase 1 km. No trecho final da cidade, a placa de 51km estava a bem mais de 1km da chegada. Meu GPS marcou 53,8 km no total e não foi só o meu. Muita gente, ou melhor, todo mundo comentou que os GPSs marcaram cerca de 53,7km, com o mesmo comportamento. Na noite anterior tínhamos visto uma placa de 52km a uns 500m do hotel, mas no dia da prova só vi a estaca fincada no canteiro, sem a placa... O percurso é sinalizado com fitas e placas da organização, mas é bom ficar atento. Eu não tive grandes problemas e corri sempre ao lado de outros corredores, mas soube de gente que errou o caminho.
A volta se inicia um pouco depois da marca dos 26 Km e é quase toda em declive. O trecho de asfalto é o mesmo da subida, mas depois do posto do km17 (agora no 37) a gente continua mais uns 400m pelo asfalto e desce por uma outra trilha e terra à esquerda até o seu término no centro da cidade.
As paisagens e a vegetação típica nos acompanham por quase todo o percurso. Na descida passei por um trecho forrado de pinhões no chão. Enormes e brilhantes, bem mais bonitos que os que costumamos comprar por aqui.
O percurso tem oficialmente 52km, mas o meu GPS já começou a apontar pequenas diferenças no decorrer do percurso e lá pelo km 33 já apresentou uma diferença de quase 1 km. No trecho final da cidade, a placa de 51km estava a bem mais de 1km da chegada. Meu GPS marcou 53,8 km no total e não foi só o meu. Muita gente, ou melhor, todo mundo comentou que os GPSs marcaram cerca de 53,7km, com o mesmo comportamento. Na noite anterior tínhamos visto uma placa de 52km a uns 500m do hotel, mas no dia da prova só vi a estaca fincada no canteiro, sem a placa... O percurso é sinalizado com fitas e placas da organização, mas é bom ficar atento. Eu não tive grandes problemas e corri sempre ao lado de outros corredores, mas soube de gente que errou o caminho.
Perfil altimétrico da prova fornecido pela EcoFloripa
Abastecimento no percurso:- 9,0 km - posto de abastecimento com água
- 17,0 km - posto com hidratante, fruta, refrigerante, sopa quente e alimentos sólidos.
- 22,0 km - posto de abastecimento com água
- 26,3 km - posto com hidratante, fruta, refrigerante, sopa quente e alimentos sólidos.
- 32,0 km - posto de abastecimento com água
- 37,0 km - postos com hidratante, fruta, refrigerante, sopa quente e alimentos sólidos.
- 44,0 km - posto de abastecimento com água
- 48,0 km - posto de abastecimento com água
Nos postos havia água em copos abertos justamente ara evitar que o corredor carregasse o copo e jogasse pelo percurso. Era beber o que desse e recarregar a mochila de hidratação. Os postos de abastecimento completo tinham Coca-cola, banana, bisnaguinha, bolacha e paçoca. A sopa era de legumes e o isotônico era daqueles em pó reconstituídos pela organização.
A única falha da organização foi ter faltado Coca-cola no posto do morro da igreja e quase ter faltado água. Quando eu cheguei restavam poucos copos, mas logo trouxeram mais água. A Coca-cola fez falta, acabei tomando a sopa pra compensar a necessidade de sal, isso porque eu tinha levado dois sachês de são comum e colocado na água uns kilômetros antes. No último posto da volta também tinha acabado a água. Fui beber a água do copo e notei umas partículas em suspensão. O corredor que já estava no posto falou que o pessoal da organização tinha dito que eram das árvores que estavam acima da mesa, já que o posto estava numa sombra. Mas no que ele pegou o garrafão para abastecer a garrafinha dele e eu vi que lá no fundo também tinha umas partículas e falei rindo: "A sujeira da árvore conseguiu cair dentro do garrafão fechado também"? Eles acabaram confessando que abasteceram os garrafões numa bica lá perto. O pior é que a água estava geladinha!
Provavelmente foi o calor inesperado (largada com 8°C e 22-24°C na hora mais quente) que fez com que a água e a Coca-cola não fossem suficientes, mas a organização podia ter se precavido, já que no ano anterior também não tinha feito frio.
Terminei a prova com um puco de dor na parte inferior da canela e no tornozelo, que depois inchou, provavelmente de uma lesão antiga que me limita a mobilidade. Fora isso não tive dores musculares significativas nos dias seguintes. Acho que é porque eu fui de boa, fotografando e filmando ao longo do percurso.
Espero que esse relato mais detalhado tenha sido útil. Se tiver dúvidas, entre em contato. Aos poucos vou acrescentando essas informações adicionais no post. Não deixe de ver o post anterior sobre o Desafrio Urubici também!